Os animais estão morrendo de fome e os criadores têm pouco o que fazer.
Muitos buscam alternativas para não perder mais animais.
A falta de chuva secou açudes, prejudicou lavouras, transformou a paisagem. Na propriedade de José Neto, em Pedra Branca, no sertão do estado, a vegetação que servia de alimento para o gado, secou. Sem ter como sustentar os animais, ele tentou vender o rebanho de 30 cabeças, mas só conseguiu negociar os animais que estavam em melhor estado.
Os que restaram, procuram tirar dali mesmo algum alimento, sem sucesso. O criador diz nunca ter sentido de maneira tão severa os efeitos de uma seca. “É muito triste ver um animal com fome e não ter condições de salvá-lo”.
A maioria dos pequenos criadores da região vive situação semelhante na região do Vale do Piancó. Por causa disso, é comum ver cenas de verdadeiros cemitérios de animais a céu aberto.
Às margens da rodovia, dezenas de animais mortos estão espalhados pelo caminho. Para conseguir andar é preciso desviar de ossos e carcaças que restaram.
Para não perder mais nenhum animal, Daniel Carvalho, de 61 anos, luta para manter o resto do rebanho. Ele começa bem cedo, prepara a carroça e saí em busca de mandacarú, uma planta típica do semiárido nordestino e resistente à seca. Na propriedade, ele queima os espinhos e tritura, depois mistura com farelo de galhos secos e serve para os animais. O rebanho magro e faminto não perde tempo.
Sem a principal fonte de renda, os criadores estão sobrevivendo do Bolsa-Família, benefício do Governo Federal.
Preocupado com a situação dos moradores da zona rural, o padre do município, Djacir Brasileiro, teve a ideia de publicar fotos e relatos na internet. Ele pretende chamar atenção para o drama vivido pelos sertanejos.
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