domingo, 7 de outubro de 2012


Futuro de 167 municípios será definido por 2,3 milhões de eleitores

Nos 167 municípios do Rio Grande do Norte, mais de 2,3 milhões de eleitores estão aptos a votar para eleger 167 prefeitos, entre os 425 candidatos; e 1.618 vereadores, entre os 7.918 postulantes ao cargo. Em Parnamirim, terceiro colégio eleitoral do Estado, mais de 104 mil eleitores vão eleger, entre os quatro candidatos, o novo prefeito e, dos 222 candidatos a vereador, escolherão dezoito - seis a mais que o da atual legislatura - para ocupar as cadeiras na Câmara.

Este ano, as eleições municipais, no Rio Grande do Norte, que terão um aparato de 32 mil pessoas atuando nas 69 zonas eleitorais e no TRE-RN, vão custar à Justiça Eleitoral R$ 8,1 milhões. Um dos avanços é o sistema de biometria. No RN, 14 cidades, que reúnem 7,48% do eleitorado potiguar, terão o sistema de revisão biométrica, que segundo a diretora geral do TRE, Andréa Campos, dá mais segurança ao eleitor e ao pleito.

Para o dia da votação, a principal preocupação é impedir a realização de boca de urna, caracterizada por aglomerações de pessoas vestindo o mesmo traje e portando fotografia de candidatos. No TRE-RN, a partir das 8h, a sessão plenária será aberta, em caráter permanente. Encerrado o pleito, não havendo nenhum processo a ser julgado, a sessão é encerrada. Os membros da Corte Eleitoral permanecem no Tribunal até a totalização dos votos.

Para garantir a ordem pública no pleito de hoje, 118 municípios potiguares (70,1% do total) terão reforço das Forças Armadas, com autorização do Tribunal Superior Eleitoral. O Exército disponibilizou 1.600 militares, que saíram de Natal ontem. Na Grande Natal, Parnamirim e Macaíba são cidades que estão reforçadas, durante todo o dia de hoje, com tropas federais.

No total, 3.172 PMs estarão distribuídos entre a capital e os municípios do interior do Rio Grande do Norte, de forma que cada local eleitoral tenha, a uma distância de 100 metros, dois homens para reforçar a segurança, além da ronda de policiamento ostensivo comum dos municípios.

Em Mossoró, disputa entre  base aliada do governo e oposição 

No segundo maior colégio eleitoral do Rio Grande do Norte, Mossoró, 164.975 eleitores - 7% a mais que nas eleições de 2010 - vão às urnas neste domingo, 7 de outubro, para eleger o prefeito municipal e 21 novos vereadores - oito a mais que o número da atual legislatura. Na região Oeste do RN os três meses que antecederam o pleito foram de uma campanha acirrada, com denúncias de parte a parte exigindo uma atuação rigorosa por parte da Justiça Eleitoral.

Com 254.032 mil habitantes, Mossoró detém o segundo maior orçamento anual do Estado (da ordem de R$ 458 milhões, em 2012). Neste pleito municipal, cinco candidatos que disputam à vaga ao Palácio da Resistência: Larissa Rosado (PSB); Cláudia regina (DEM); Professor Josué (PSDC); Cinquentinha (PSOL) e Ednaldo Calixto (PRTB). Um total de 283 candidatos disputam as 21 vagas do legislativo.

As pesquisas sinalizam, desde o início da campanha, que a disputa está entre a deputada estadual Larissa Rosado, filha da deputada federal Sandra Rosado, do PSB, e a vereadora Cláudia Regina, do DEM. Larissa tem o apoio da ex-governadora Wilma de Faria, presidente estadual do PSB, e do vice-governador Robinson Faria, presidente estadual do PSD. Cláudia Regina, por sua vez, tem o apoio da governadora Rosalba Ciarlini e do senador José Agripino, presidente nacional do DEM, além do ministro Garibaldi Filho e do deputado federal Henrique Eduardo Alves, líder da bancada do PMDB na Câmara.

A campanha está polarizada entre as candidaturas do PSB e do Democratas. A deputada estadual Larissa Rosado (PSB) é candidata de oposição e integra a coligação "Frente Popular Mossoró Mais Feliz". Seu vice é o professor Josivan Barbosa. Já a vereadora Cláudia Regina é  apoiada pela governadora Rosalba Ciarlini e disputa a Prefeitura pelo DEM, na coligação "Força do Povo". Seu vice é Wellington de Carvalho. As duas estão, pela primeira vez, numa disputa majoritária.

Em sabatina para o portal TRIBUNA DO NORTE, gravada nos dias 15 e 16 de setembro, os cinco candidatos foram unânimes em afirmar que "o desafio do futuro gestor será aliar crescimento econômico e desenvolvimento".

Embate de forças políticas e ensaio para 2014

Ao analisar as nuances da disputa para a Prefeitura de Natal, o cientista social, José Antônio Spinelli, concorda que a situação  é indefinida. "Eu diria que, por enquanto, é imprevisível. Temos hoje, tanto, a possibilidade de decisão no primeiro turno, quando de ir para o segundo turno", afirmou Spinelli. Ele disse que, em situações como a que se configura em Natal, era necessário ter pesquisas de diversos institutos para uma análise aprofundada.

"É difícil fazer uma análise aprofundada", afirmou o professor do Departamento de Ciências Políticas da UFRN, "porque temos poucas pesquisas recentes e, em casos como esse, é preciso para fazer comparações entre diversas pesquisas e, inclusive, vê os dados qualitativos". Spinelli comentou que esta foi uma eleição que teve um nível de interesse surpreendente, com envolvimento intenso do eleitor.

Em sua análise, Spinelli ressaltou que esse é um pleito em que se vê o embate entre as principais forças políticas do Estado. "A eleição municipal tem esse caráter. Hoje, as forças políticas estão se testando, se medindo para acumular capital eleitoral para 2014". Há um teste, segundo o cientista político, para ver quem consegue acumular mais capital eleitoral para a eleição geral, que acontece em dois anos e definirá o novo chefe do Executivo estadual.

"Tanto em Natal, quanto em Mossoró", analisou Spinelli, "as principais forças políticas estão se defrontando, com pretensão a 2014". O cientista político disse que, no Brasil, o leitor não define seu voto pelo partido. "A eleição tem um caráter muito personalista", afirmou Spinelli. Quanto à Lei Ficha Limpa, aplicada pela primeira vez nas eleições, Spinelli disse que "por ser uma lei bastante nova, a tendência é que seja incorporada a nossa cultura política a longo prazo, mas de qualquer maneira já temos alguns resultados importantes, com candidaturas negadas". O cientista político ressaltou que, no geral, " isso não significa que a corrupção eleitoral e a compra de votos vão ser banidas da política brasileira" pelo simples vigor da lei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário