sábado, 18 de agosto de 2012


Capitania mantém buscas à tripulação do Jeferson 1


Os três navios utilizados nas buscas dos seis náufragos do barco pesqueiro Jerfeson I, supostamente afundado a 200 quilômetros da costa de Natal a noroeste da ilha de Fernando de Noronha, já percorreram uma área de 400 km² em busca dos eventuais destroços de equipamentos e da embarcação  que pudessem indicar a localização dos tripulantes. O capitão de fragata Cléber Ribeiro da Silva, da assessoria de imprensa do 3º Distrito Naval, disse uma navio "só sai da área quando o outro chega". Um dos navios, o "Goiana", que voltou para ser reabastecido, encontra-se fundeado na pier do estuário do rio Potengi, e foi substituído pelo navio Grajaú, também auxiliado pelo rebocador Triunfo.
Adriano AbreuRosângela Nascimento e Josineide Souza mantêm esperançaRosângela Nascimento e Josineide Souza mantêm esperança

Ribeiro disse que não existe um prazo determinado para encerrar as buscas. E reforça que esse é um trabalho de rotina da Marinha do Brasil - monitorar todas as rotas marítimas de embarcações que navegam ao longo do mar brasileiro de 200 milhas.

Segundo Ribeiro, o trabalho na na Área de Responsabilidade de Busca e Salvamento (SAR) do 3º Distrito Naval, que abrange áreas marítimas de cinco estados da região Nordeste, tem a responsabilidade de encontrar os destroços e os náufragos "e dizer que devolveu para a família".

A área de salvamento de vidas humanas do 3º Distrito Naval corresponde a cerca de 1.575.000 milhas náuticas quadradas, incluindo a ilha de Ascensão, localizada no mesmo paralelo do Senegal corresponde cerca de 63% do território nacional, ou 50% do continente europeu, incluindo a região ocidental da Rússia.

A Capitania dos Portos confirmou na manhã de ontem mais um acidente envolvendo embarcação pesqueira na costa potiguar. Trata-se de um barco pesqueiro, o "Unidos", que naufragou no começo da tarde da última quinta-feira, a 148 km da costa da praia de Pitangui, no município de Extremoz, litoral norte do Estado.

O barco tinha apenas dois tripulantes, informou presidente da Colônia de Pescadores (Z-4), Rosângela Silva do Nascimento, que se salvaram graças ao uso de coletes e boias, depois de passarem seis horas à deriva. "O mar está virado", contou ela, com base em informações dos náufragos, que foram pegos por uma onde de pelo menos quatro metros de altura.

Segundo ela, relato do mestre Manoel Freire da Silva, 76 anos, e que tem 65 anos de pescaria em alto mar, quando o barco de apenas sete metros de comprimento desceu com o impacto quebrou-se uma tábua do casco da embarcação, "que encheu de água em menos de 20 minutos".

A presidente da Z-4 não soube informar qual o nome, mas disse que outro barco pesqueiro foi quem salvou Manoel Freire e seu companheiro de jornada, André Silva do Nascimento, 45 anos.

As condições para navegação devem piorar hoje e amanhã, segundo alerta o setor de Meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), que prevê  ventos fortes e agitação no mar. A previsão é para predominância de céu parcialmente nublado a claro em todas as regiões do Estado, durante o final de semana.

O vento e a umidade favorecerão para a ocorrência de pancadas de chuvas ao longo da faixa litorânea leste durante o período da noite e início da manhã de hoje e amanhã. O vento continuará apresentando fortes rajadas no período da tarde provocando agitação no mar principalmente no litoral sul.

Serviço: Salvamar Nordeste: 0800-2802255.

Suprimento, se racionado, pode durar um mês

Informações prestada à Capitania dos Portos pelos pescadores do barco pesqueiro "Manuelle", que acompanhava a outra embarcação  que supostamente naufragou na noite do sábado, dia 11, é de que os destroços ou vestígios das vítimas poderiam ser encontradas em cinco áreas a 200 km do litoral potiguar. Uma delas é o Atol das Rocas, a primeira unidade de conservação marinha criada no Brasil, em 1979, que tem 7,5 km² de área.

O proprietário da embarcação "Manuelle", que não se encontrava a bordo quando do provável naufrágio do "Jeferson I", Ubirajara Camarão da Silva, o "Bira", disse que os companheiros também podem ter se perdido nos chamados bancos de "sueste", "leste" e nos bancos "pequenos" e "grande". 

Segundo "Bira", eles podem "estar em qualquer um desses lugares", pois tanto ele, que tem um cunhado e dois irmãos entre os supostos náufragos, como também a família, mulher e filhos do mestre João Maria da Silva, ainda têm esperanças de que todos estejam salvos, porque, como vem sendo dito pela Marinha, nenhum destroço da embarcação foi encontrado.

A profundidade do mar nas áreas do suposto naufrágio, que ocorrera às 8h30 da noite do dia 11, segundo "Bira", varia de 70 a mil metros "e depois cai no abismo". A profundidade é tanta, explicou ele, que não se pesca lagosta na região.

"Bira" disse que o barco pesqueiro "Jeferson" zarpou com suprimentos e combustível suficiente para dez dias, pois levam comida - "o normal de casa" -, como feijão, arroz, macarrão, café, açúcar, carne -, para um homem fazer quatro refeições por dia.

Em caso  de acidente ou de um barco ficar à deriva, "Bira" explicou que cada pessoa "passa a fazer uma refeição por dia", por isso, acha que eles podem sobreviver, em caso de naufrágio e se não perderem os suprimentos, até um mês em alto mar.

Barcos como o pesqueiro "Jeferson I", de 11 metros de comprimento, geralmente levam mil litros de óleo combustível para autonomia de navegação de pelo menos dez dias e ainda 800 litros de água potável para consumo dos tripulantes, que iam pescar peixes da espécies como cavala, dourado e atum.

A mulher do pescador e mestre João Maria da Silva estava, ontem de manhã, na Colônia de Pescadores Z-4 à procura de informações com a sua presidente, Rosângela Nascimento.

Com dois filhos, um de 22 anos e outro de 19 anos, que está servindo na Base Almirante Ary Parreiras, em Natal, e foi liberado pelo Comando da Marinha para ficar com a mãe até a próxima segunda-feira, dia 20, quando completa dez dias da volta prevista dos pescadores para terra.

Josineide Maria do Nascimento de Souza disse que pediu a liberação do filho, que não tinha tomando conhecimento do problema até anteontem, "para saber logo da realidade e do que estava acontecendo".

Para ela, "enquanto tiver tempo existe esperança" de encontrar todos os pescadores vivos, inclusive o marido, com quem está casada há 23 anos: "Quando conheci, ele já era pescador".

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