O técnico Tite evitou conceder entrevista coletiva na sexta-feira, dia em que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) demitiu Mano Menezes, para não ouvir especulações sobre um possível convite para dirigir a Seleção Brasileira. No sábado, após o clássico contra o Santos, não houve escapatória. O comandante do Corinthians chegou a ficar constrangido com uma série de perguntas a respeito do seu futuro profissional.
"Não recebi nenhum convite. Ao mesmo tempo, tenho a maior oportunidade da minha vida no Mundial de Clubes. O Corinthians já tem este título, mas eu não. Não vou ficar desviando o meu foco. Construí toda a minha carreira para chegar a esse momento mágico", discursou Tite, repetindo seguidamente que o torneio realizado no Japão, em dezembro, é a sua única preocupação.
Tite também foi cauteloso quando falou sobre outros profissionais. Ao citar Mano Menezes, por exemplo, o técnico implorou para que a sua resposta não fosse editada de modo polêmico. "Sempre lutei para que todos os trabalhos tivessem sequência em suas etapas. Coerentemente, penso o mesmo em relação ao Mano. Mas é algo que compete à CBF. E penso assim para todos os profissionais, de uma maneira geral. Se um dia o Andrés não me segurasse, eu não estaria aqui", recordou.
Quando mencionou o espanhol Josep Guardiola, no entanto, o treinador do Corinthians se abriu um pouco mais. O espanhol, assim como Tite, foi um dos especulados para assumir o cargo que era de Mano - embora tenha pouco tempo de profissão no currículo. "Gosto de analisar o lastro do profissional. Vejam o José Mourinho, que já passou por Porto, Chelsea, Inter de Milão e Real Madrid. O Guardiola só treinou o Barcelona. É muita coisa, mas quem não queria o material humano que ele tinha? Não estou desmerecendo o técnico, mas a essência do jogo é o atleta", argumentou.Apesar de ‘contestar’ Guardiola, Tite não é contrário à contratação de um treinador estrangeiro para a Seleção Brasileira. "Tudo é possível. Não acho que tenha escola europeia, gaúcha, carioca... Eu mesmo sou gaúcho e me considero muito mais parecido com o Parreira na forma de pensar o futebol. Um bom trabalho depende de competência, e não de nacionalidade", disse, mencionando um ex-treinador que era muito querido na CBF.
Em termos de competência, Tite está em alta. Foi campeão brasileiro no ano passado e deu o inédito título da Libertadores ao Corinthians nesta temporada. Mário Gobbi, presidente do clube, já avisou que não liberará o treinador para a Seleção Brasileira - diferentemente do que Andrés Sanchez fez com o próprio Mano Menezes após a Copa do Mundo de 2010.
Durante o empate por 1 a 1 com o Santos, sábado, alguns torcedores também fizeram coro pela permanência de Tite no Corinthians. "Eu já estou aqui", ele lembrou. "Tive convites de outros times e não saí. Sei que as coisas estão pipocando, mas devo tomar cuidado. O Corinthians está me proporcionando uma situação ímpar na carreira. O meu grande desejo é ser campeão mundial. Nada é mais importante do que isso atualmente",
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