sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Há três dias sem energia moradores fecham ruas em protesto, em Manaus



Populares acusaram equipe da AM Energia de cobrar por serviço gratuito.
Avenidas Brasil e Presidente Dutra foram parcialmente interditadas.

Marcos DantasDo G1 AM
População ateou fogo em pneus e outros objetos durante manifestação contra falta de energia (Foto: Marcos Dantas / G1 AM)Populares atearam fogo em pneus e outros objetos durante manifestação contra falta de energia (Foto: Marcos Dantas/G1 AM)
Cerca de 100 pessoas fizeram uma manifestação nas Avenida Brasil e Kako Caminha, bairro Presidente Vargas, Zona Oeste de Manaus, na noite desta quinta-feira (1º), pela falta de energia na Rua Walter Rayol, que segundo eles, já dura desde a forte chuva ocorrida na terça-feira (30). Os moradores interditaram as Avenidas Brasil e Presidente Dutra, e atearam fogo em pneus e outros objetos.
O trânsito nas duas vias ficou parado, e alguns motoristas deram meia volta para tentar fugir do bloqueio na pista. A polícia foi acionada e liberou o local. O Corpo de Bombeiros também deu apoio, apagando o incêndio.
População usou gasolina para incendiar pneus na Ponte do São Raimundo (Foto: Marcos Dantas / G1 AM)Pessoas utilizaram gasolina para incendiar pneus na Ponte do São Raimundo (Foto: Marcos Dantas/G1 AM)
Durante a manifestação, crianças ajudavam os adultos a atear fogo nos pneus encharcando pedaços de pano com gasolina e atirando na direção dos objetos. Quando os moradores bloquearam a Avenida Brasil, um dos motoristas ignorou o bloqueio e avançou para cima dos manifestantes. Ninguém se feriu.
A comerciante Maria Araújo, de 43 anos, que já mora e trabalha no local há 11 anos, contabilizou os prejuízos. "Estragou frango, salsicha, iogurte. Liguei para a Amazonas Energia e eles disseram que eu tenho que apresentar a nota fiscal dos produtos para que eu possa ser ressarcida. Eu tenho essas notas fiscais, o problema é que vão demorar muito para resolver o meu prejuízo. A gente vive disso, tem compromissos para honrar. Nossos credores não querem saber disso, eles querem é receber", disse ao G1.
Polícia foi acionada e liberou o fluxo nas vias interditadas (Foto: Marcos Dantas / G1 AM)Polícia foi acionada e liberou o fluxo nas vias interditadas (Foto: Marcos Dantas/G1 AM)
Já o motorista Antônio Areosa, 45, afirmou que precisa de energia para socorrer o filho asmático. "Meu filho tem problema de asma, precisa de um inalador, e sem energia não dá para usar. Estamos fazendo isso para chamar a atenção das autoridades. Comprei um inalador justamente para não ter que fazer inalação em um hospital público, onde você chega e tem um monte de gente na frente", afirmou.
Erivaldo Apolônio, de 50 anos, que reside há 14 anos na área, e outros moradores, acusaram uma equipe da Amazonas Energia de cobrar pelo serviço, que é gratuito. "Uma equipe da Amazonas Energia veio aqui e estava cobrando R$ 300 para fazer a ligação. A comunidade chegou a juntar o dinheiro, mas como um componente chamado transmissor estava queimado, eles não puderam resolver o problema e o dinheiro foi devolvido", explicou.
Policiais ajudaram a apagar o fogo com extintores (Foto: Marcos Dantas / G1 AM)Policiais ajudaram a apagar o fogo com extintores (Foto: Marcos Dantas/G1 AM)
Ainda segundo os moradores, a Rua Walter Rayol possui três transformadores. Dois deles já estão em funcionamento, e o único que ainda não voltou funcionar está deixando cerca de 300 pessoas sem energia.
Sobre a suposta cobrança pelo serviço, a assessoria da Eletrobras Amazonas Energia disse que não tem conhecimento sobre o caso. A concessionária destacou também que "não compactua com esse tipo de irregularidade, pois estes serviços são gratuitos, e caso seja comprovado este tipo de procedimento, serão tomadas medidas cabíveis. A população pode denunciar este tipo de situação através do canal da ouvidoria no site da empresa". 

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