Na primeira queda, em 2003, goleiro recusou propostas e viu aumentar idolatria. Kleina e diretoria tentam convencer argentino a liderar o time
Hernán Barcos, durante treino do Palmeiras
Por pouco, a idolatria de Marcos em meio aos torcedores palmeirenses não foi colocada em risco em 2003. Com o primeiro rebaixamento do clube no Brasileiro, o goleiro chegou a viajar a Londres para acertar com o Arsenal, mas dispensou os milhões de libras dos ingleses para disputar a Série B pelo Verdão. Em troca, tornou-se um dos maiores ídolos da história alviverde. Situação que o clube tenta repetir com o argentino Hernán Barcos, principal jogador da equipe na temporada.
Contratado no início do ano sob desconfiança, chegou falando grosso e prometeu alto: 27 gols, para superar a marca alcançada no ano anterior pela LDU, do Equador. A dois jogos do fim da temporada, já marcou 28 e tem mais uma chance, contra o Santos, para tentar ampliar a marca – está suspenso contra o Atlético-GO, domingo. Vivendo a melhor fase da carreira (assim como Marcos, campeão do mundo em 2002), Barcos é prioridade no clube para 2013.
Sempre que perguntado sobre o futuro, o argentino é evasivo. Mas é fato que o contrato atual é válido até 2015, e o Palmeiras só aceitaria abrir conversações caso recebesse uma boa proposta financeira. O argumento de que na Série B ele não teria visibilidade na seleção é rebatido, nos bastidores, com o fato de que ele só ganhou visibilidade em seu país graças ao Verdão. O técnico Gilson Kleina promete conversar com seu goleador.
O Marcos disputou a Série B e foi para a Seleção Brasileira. Ele colocou a cara para bater"
Gilson Kleina
– Não vejo problema nenhum ele disputar a Série B. O Barcos se tornou uma referência, vive intensamente o Palmeiras. A hora que eu conversar com ele, vou falar que um dos maiores ídolos que o Palmeiras tem disputou uma Série B e não deixou de ser campeão, voltou mais ídolo. Por que o Barcos não pode fazer isso? Para a seleção, tenho certeza de que ele vai render mais no Palmeiras do que em outro clube. Sair não garante desempenho melhor – disse.
O Palmeiras considera essencial a permanência de Barcos para a Libertadores. Além da experiência internacional em competições do tipo, a língua espanhola sempre ajuda na comunicação com os árbitros, o que poderia lhe render a faixa de capitão. Além disso, em momento delicado para a diretoria, deixar escapar seu principal jogador, com grande identificação com os torcedores, pode acabar de vez com a paciência dos palmeirenses.
– O Marcos disputou a Série B e foi para a seleção brasileira. Ele colocou a cara para bater. O Barcos não sabe disso. É claro que esse bicho-papão da Série B é um campeonato inferior à Série A. Mas não quer dizer que disputar a Série B será ruim para ele. Ele está muito triste, falou para mim. O Palmeiras vai cumprir o contrato com ele. O Barcos não vai sair do Palmeiras – afirma o presidente Arnaldo Tirone.
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