sexta-feira, 6 de julho de 2012


12 pontos onde o calçadão de Ponta Negra agoniza


Sara Vasconcelos - repórter

O calçadão da orla da praia de Ponta Negra, uma das mais famosas do Estado, parece ter sido alvo de um terremoto. Intempéries, como a erosão costeira e a força das marés, derrubam a estrutura, a cada preamar - que tem se acentuado nos últimos dias. A inexistência de projetos para conter os fenômenos naturais, aliada a falta de manutenção do passeio, agrava o quadro e tira da principal paisagem turística da cidade, a beleza que lhe é peculiar e atrai turistas do mundo inteiro. Nos cerca de 2,5 quilômetros de calçadão, a TRIBUNA DO NORTE listou doze pontos mais críticos. Alguns persistem desde as primeiras chuvas, em fevereiro desse ano, e outros foram abertos esta semana. 

O quadro de destruição deve se agravar, explica o professor do Departamento de Limnologia e Oceanografia da UFRN, Eugênio Cunha, caso não se devolva ao mar a faixa de praia e adotem medidas para conter a força das marés. A erosão costeira pode ser contida com o sistema de aterro ou "engorda" da praia, que consiste no alargamento da faixa de areia que delimita a área da quebra de água.

O professor, autor do projeto dos espigões de Areia Preta, explica que para se implantar tecnologia de espigões ou mesmo os chamados quebra-mar em Ponta Negra é preciso que seja realizado um estudo de impacto ambiental e viabilidade. "O calçadão foi criado sem um estudo para conter a erosão e a força das marés, e permanece assim até hoje. Somente um estudo irá definir qual o modelo técnico mais viável a ser adotado", defende Eugênio Cunha. 

Quem frequenta ou sobrevive na orla de Ponta Negra apontam outras soluções, como a transplantação do calçadão para área hoje ocupada pela avenida Erivan França, à beira-mar, ou mesmo estruturas de barramentos. Independente da solução apontada, barraqueiros, como Gêneses Arruda, concordam que é preciso  planejamento para evitar  novos danos e o desperdício de dinheiro público. 

O secretário de serviços urbanos de Natal (Semsur), Luís Antônio de Albuquerque Lopes, admitiu não existir projeto para o calçadão. As medidas de emergência da Secretaria se restringem a relocação dos postes de iluminação pública, que ameaçam cair, da margem para a parte interna da calçada. Além da retirada de alguns quiosques. Por ora, segundo Luís Antonio, não há previsão para obras de recuperação avaliadas em mais de R$ 1, 5 milhão. "Estamos sem dotação orçamentária para isso e por isso transferimos para o Gabinete Civil todas as ações e decisões para este problema", afirmou. As obras em andamento, em cinco pontos da praia, serão concluídas até o final do mês. 

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