Com a vitória, os EUA encerram 2012 com domínio absoluto dos cinturões do UFC: os americanos têm seis, no peso-pesado (Velásquez), peso-meio-pesado (Jon Jones), peso-leve (Benson Henderson), peso-galo (Dominick Cruz), peso-mosca (Demetrious Johnson) e na recém-criada divisão peso-galo feminino (Ronda Rousey). O Brasil volta a ter três títulos, sendo um deles interino (Renan Barão, no peso-galo) e dois lineares (Anderson Silva no peso-médio e José Aldo no peso-pena).
Cain Velásquez (dir.) recebe o cinturão após vencer Junior Cigano no UFC 155 (Foto: Getty Images)
- O ano inteiro, eu me preparei, e essa luta foi a mais difícil. Eu estava muito cansado e eu fui em frente, graças ao meu preparador e à minha equipe. Me sinto muito bem. Voltei mais forte. Este é o meu presente de Natal para minha esposa, eu havia prometido a ela - disse Velásquez após receber o cinturão de volta.
Cain Velásquez entrou ao som dos mariachis mexicanos e foi saudado por uma grande torcida latina. Ele aparentou confiança e determinação ao pisar no octógono. Já Cigano surgiu sob um misto de gritos de incentivo e vaias, com a camisa com seu sobrenome, Dos Santos, escrito no peito e o escudo do Corinthians na manga. Com o tema do filme "Rocky, o Lutador" tocando no ginásio, Cigano entrou fitando Velásquez fixamente, com uma expressão de raiva. Os dois tocaram as luvas antes do início do combate.
Velásquez começou pressionando e logo conseguiu uma queda, mas Cigano surpreendeu e raspou, se levantando em seguida. A tentativa de queda seguinte do americano foi no vazio, e ele seguiu insistindo nos jabs e nos mergulhos na perna para tentar derrubar o campeão. O brasileiro tinha pouca oportunidade de ajeitar os pés e acertar seu boxe, mas se esquivava bem e frustrava o rival repetidamente nas defesas de takedown. Cigano acertou um bom overhand de direita que abriu um corte na cabeça de Velásquez, mas começou a apresentar o rosto magoado pelos jabs e diretos do rival.
Com cerca de 1m30s restando no primeiro round, Velásquez conseguiu um knockdown com um direto de direita e passou a dominar o brasileiro no chão. O atleta do Corinthians fez o que pôde para se defender nos segundos finais e evitar o nocaute, mas saiu em desvantagem clara no primeiro round.
Com um olhar assustado, Cigano tratou de tentar um upper de direita para acabar logo com a luta, mas acabou derrubado por Velásquez. No chão, o brasileiro se mostrou ativo e conseguiu impedir que o americano atacasse no ground and pound. Ele se levantou algumas vezes, mas era logo recolocado no chão. Cigano ainda quase foi pego numa chave de braço, mas conseguiu escapar e se recolocar de pé, onde segurou Velásquez no clinche e trocou alguns golpes curtos antes do fim do round.
Velásquez ataca Cigano no boxe durante a luta pelo UFC 155 (Foto: Getty Images)
No terceiro assalto, Cigano parecia mais calmo e começou a acertar mais golpes no boxe, mas logo foi recolocado no chão por Velásquez. O atleta corintiano se levantou, e Velásquez seguiu pressionando no clinche, com socos curtos e joelhadas. Cigano conseguiu se desvencilhar , mas não achou a distância para encaixar seus golpes. Velásquez desistiu das quedas, mas seguiu punindo-o no clinche e no boxe, já que o brasileiro insistia em manter a guarda baixa.
Velásquez já aparentava maior cansaço no quarto round e Cigano também parecia estar se recompondo. O americano, porém, continuava aproveitando a guarda baixa do adversário para conectar jabs e diretos. Velásquez conseguia algumas quedas, mas o brasileiro se recolocava de pé rapidamente. Cigano apostou nas cotoveladas no rosto, mas o americano nem se incomodava com elas.
A luta foi para o último round e nada mudou. Velásquez voltou a pressionar no clinche, e Cigano defendeu as quedas. No boxe, o americano seguia andando para frente e o brasileiro não encontrava a distância correta para acertar seus golpes. Na metade do assalto, Velásquez derrubou o corintiano e o castigou no ground and pound.. Cigano conseguiu se levantar e se soltar, mas ainda levou um chutaço de direita no rosto antes do fim da luta. Ao soar do gongo, Velásquez comemorou e caiu no chão com os punhos levantados.
Após o anúncio oficial da derrota, Cigano foi entrevistado no microfone aberto do Ultimate e recebeu vaias. Ele não se abalou e prometeu voltar melhor.
- Por que todo mundo está tão chateado? Por que? Sua estratégia foi muito eficiente e, hoje, ele foi melhor do que eu. Os socos foram normais, eu estou acostumado a tomar socos todos os dias, mas ele pressionou o tempo inteiro, tentou me colocar para baixo, então parabéns a ele. Cain Velásquez, como você disse: eu vou voltar e vou recuperar o meu cinturão - disse Cigano.
- Gostaria de dizer "desculpa", tentei o melhor. Não consegui conectar nenhum soco. Infelizmente não deu desta vez, mas eu aprendi na minha vida que nenhuma derrota vai me vencer.
Confira os resultados completos do UFC 155:
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