Marca Gafisa foi responsá-vel for 58% da receita líquida
A Gafisa fechou o primeiro trimestre deste ano com pre-juízo líquido de R$ 31,51 milhões, inferior às perdas de R$ 43,29 milhões do mesmo período de 2011. O número também é menor do que o saldo negativo de R$ 1,02 bilhão reportado no quarto trimestre do ano passado.
Segundo a companhia, o prejuízo deriva de reversões de receita em distratos relaci-onados às unidades do seg-mento de baixa renda, além do reconhecimento de proje-tos com menores margens, re-sultado da revisão orçamentá-ria anunciada no trimestre passado.
Entre janeiro a março, o Ebitda ajustado por despesas com plano de opções, mino-ritários e não recorrentes foi de R$ 105,18 milhões, 268% superior aos R$ 28,597 mi-lhões de 2011. O montante também reverte o resultado negativo do quarto trimestre, de R$ 798,184 milhões. Ao mesmo tempo, a margem Ebitda cresceu 7,4 pontos percentuaos no ano a ano, para 11,3%.
Já a receita líquida da com-panhia somou R$ 927,83 mi-lhões, subindo 27% no con-fronto anual. Em relação aos últimos três meses de 2011, o valor aumentou em 894,3%. Durante o trimestre, a marca Gafisa foi responsável for 58% da receita líquida, Al-phaVille por 15% e Tenda pelos 27% restantes.
No período, as vendas con-tratadas caíram 46% em 12 meses, para R$ 507,213 mi-lhões. No mesmo sentido, os lançamentos foram 4% meno-res, somando R$ 568,046 milhões.
Considerando apenas a par-ticipação da Gafisa, as vendas contratadas ficaram em R$ 408,237 milhões e o lança-mentos em R$ 463,7 milhões, representando quedas de 50% e 10% em relação ao exercí-cio anterior, respectivamente.
No fim de março, a Gafisa tinha R$ 947,138 milhões em caixa e equivalentes, compa-rado aos R$ 926,977 milhões do primeiro trimestre de 2011 e aos R$ 983,660 milhões do trimestre anterior. A relação entre dívida líquida e patri-mônio líquido era de 122% no primeiro trimestre, ante 76% no mesmo período do ano passado e de 118% no quarto trimestre.
Segmento Gafisa
Os lançamentos do primeiro trimestre do segmento Gafisa mantiveram-se estáveis em R$ 214,7 milhões e incluíram 2 projetos/fases em 1 estado. São Paulo representou 100% dos lançamentos. A velocida-de de vendas dos lançamentos da Gafisa no primeiro semes-tre alcançaram 13,9%, com-parado aos 19,7% do mesmo período do ano passado. As vendas do primeiro trimestre totalizaram R$316,7 milhões, uma queda de 25% quando comparadas ao ano anterior. Vendas do estoque represen-taram 21% do total do primei-ro trimestre, enquanto os 79% restantes vieram de unidades lançadas durante o ano. A Gafisa entregou 18 projetos com 2.715 unidades e um valor geral de vendas (VGV) de aproximadamente R$699,7 milhões.
Segmento AlphaVille
No negócios da AlphaVille, os lançamentos do primeiro trimestre totalizaram R$ 249 milhões, um aumento de 37% em relação ao mesmo trimes-tre do ano anterior, e inclui 2 projetos/fases em 2 estados. A marca foi responsável por 54% dos lançamentos conso-lidados do primeiro trimestre, comparado a 35% primeiro trimestre de 2011. As vendas contratadas do primeiro tri-mestre somaram R$181,9 milhões, um aumento de 6%. A participação do segmento residencial nas vendas con-tratadas consolidadas au-mentou para de 25% para 45%. A velocidade de vendas (vendas sobre estoque) do foi de 22,2%. A velocidade de vendas de lançamentos no primeiro trimestre foi de 63,2%. As vendas de lança-mentos representaram 85% do total, enquanto as vendas de estoque representaram os 15% restantes. O segmento AlphaVille entregou 3 proje-tos com 994 unidades e um VGV de aproximadamente R$122 milhões.
Segmento Tenda
Refletindo as ações correti-vas na Tenda, e um foco em execução e entregas, nenhum projeto foi lançado neste pri-meiro trimestre. Ao longo de 2012, a Tenda deverá repre-sentar não mais que 10% do guidance consolidado de lan-çamentos, entre R$ 2,7 bi-lhões e R$ 3,3
bilhões. Seguindo com uma mudança necessária na estra-tégia, as vendas contratadas brutas mantiveram-se estáveis em R$ 248,7 milhões. As vendas contratadas líquidas no segmento de baixa renda totalizaram R$90,9 milhões, comparados aos R$ 216 mi-lhões negativos no último trimestre do ano passado.
Perspectivas
A Gafisa vê uma melhora gradual nas margens operaci-onais ao longo deste ano, con-forme afirmou nesta quarta-feira o presidente da empresa, Duilio Calciolari. O executivo afirma que o progresso nas margens será reflexo da me-lhora no mix de produtos. Isso acontecerá, segundo o executivo, por conta da maior representatividade da Alpha-ville no total de lançamentos, da concentração da Gafisa no eixo Rio-São Paulo e de lan-çamentos da Tenda, ainda que em extensão menor. "Nós só faremos novos lançamentos com margens adequadas que proporcionem um retorno adequado ao negócio da Ten-da", garantiu Calciolari.
CEF
Um problema tecnológico com o sistema da Caixa Eco-nômica Federal (CEF) teve impacto de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões no fluxo de caixa da Gafisa no mês de abril. De acordo com Calcio-lari, o sistema da CEF ficou indisponível para cerca de 70% das incorporadoras du-rante o mês passado, o que ocasionou uma redução de 30% nas assinaturas de con-tratos de financiamento da Gafisa.
O executivo contou que a expectativa era trabalhar com uma faixa de 1.100 a 1.200 pastas em análise com a ins-tituição, mas foram realizadas pouco menos de 900. Ou seja, houve redução de cerca de 300 unidades em abril.
Considerando o progresso físico dos empreendimentos, o qual, no caso da Gafisa, está num intervalo de 70% a 80%, a companhia deixou de arre-cadar cerca de R$ 70 mil por unidade, que custam R$ 100 mil na média. Isso, segundo Calciolari, resultou num im-pacto entre R$ 15 milhões a R$ 20 milhões no caixa da empresa. Porém, o executivo está confiante de que a recu-peração deste montante seja realizada ainda dentro do se-gundo trimestre.
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