Fraude desviou R$ 14,1 milhões
Isaac Lira - repórter
Os desvios no setor de precatórios do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte atingiram o montante final de R$ 14.122.740,33, segundo informações apuradas pela TRIBUNA DO NORTE. O número é menor do que o esperado até meados da auditoria iniciada no setor, que indicava um valor de cerca de R$ 20 milhões. O relatório final será enviado à presidente do Tribunal de Justiça do RN, Judite Nunes, que o remeterá para o Conselho Nacional de Justiça. A comissão investigativa não se pronunciou sobre o assunto.
Os mais de R$ 14 milhões de desvios comprovados são referentes a cerca de 520 operações fraudulentas, entre guias de pagamentos, cheques e autorizações de transferências bancárias. Além disso, a equipe do Tribunal de Contas do Estado, em conjunto com servidores do TJRN, identificaram 11 laranjas, a maioria deles empregados e ex-empregados de Carla Ubarana. Apenas Carlos Fasanaro, Carlos Palhares e Cláudia Sueli foram denunciados à Justiça até o momento. Entre todos os laranjas, Fasanaro foi o mais acionado por Carla Ubarana e George Leal, com 221 fraudes operadas e mais de R$ 8 milhões que passaram em sua conta.
A diferença entre o valor relatado por Carla Ubarana - de R$ 20 milhões - e o encontrado pela comissão - pouco mais de R$ 14 milhões - não é preocupante, segundo fontes ouvidas pela TRIBUNA DO NORTE. Tanto pessoas próximas a Carla Ubarana quanto próximas a investigação afirmam que a própria acusada não sabe exatamente quanto dinheiro foi desviado do setor de precatórios. Por outro lado, Carla manifestou desde o início a opinião de que os auditores do TCE não conseguiriam chegar ao valor exato de dinheiro desviado. "Foi levantado o valor possível de ser comprovado. Nesse caso, há documentos que comprovam cada centavo", diz uma fonte.
A comissão que investiga o setor de precatórios foi criada ainda em janeiro, sob a presidência do desembargador Caio Alencar. Com o fim dos trabalhos, a comissão será desfeita e o desembargador irá se aposentar amanhã.
Essas suspeitas culminaram na Operação Judas, realizada no dia 31 de janeiro, que prendeu Carla Ubarana, considerada a chefe do esquema, George Leal, seu marido, e três laranjas: Carlos Fasanaro, Carlos Palhares e Cláudia Sueli. Posteriormente, em delação premiada, Carla Ubarana afirmou que os desembargadores Rafael Godeiro e Osvaldo Cruz foram co-autores dos desvios. O Superior Tribunal de Justiça afastou os dois liminarmente. O processo corre em segredo de justiça.
Ao mesmo tempo, o Conselho Nacional de Justiça iniciou processo administrativo disciplinar para apurar a conduta dos dois desembargadores. Ainda não há a decisão sobre quem será o relator do caso no CNJ. Dos 12 membros, onze votaram favoravelmente à investigação.
A reportagem da TRIBUNA DO NORTE entrou em contato com a Assessoria de Comunicação do TJRN, que informou que ainda não há informações sobre um posicionamento oficial da presidente da Corte, Judite Nunes.
Os desvios no setor de precatórios do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte atingiram o montante final de R$ 14.122.740,33, segundo informações apuradas pela TRIBUNA DO NORTE. O número é menor do que o esperado até meados da auditoria iniciada no setor, que indicava um valor de cerca de R$ 20 milhões. O relatório final será enviado à presidente do Tribunal de Justiça do RN, Judite Nunes, que o remeterá para o Conselho Nacional de Justiça. A comissão investigativa não se pronunciou sobre o assunto.
Frankie MarconeDesembargador Caio Alencar preside comissão no TJRN
Os mais de R$ 14 milhões de desvios comprovados são referentes a cerca de 520 operações fraudulentas, entre guias de pagamentos, cheques e autorizações de transferências bancárias. Além disso, a equipe do Tribunal de Contas do Estado, em conjunto com servidores do TJRN, identificaram 11 laranjas, a maioria deles empregados e ex-empregados de Carla Ubarana. Apenas Carlos Fasanaro, Carlos Palhares e Cláudia Sueli foram denunciados à Justiça até o momento. Entre todos os laranjas, Fasanaro foi o mais acionado por Carla Ubarana e George Leal, com 221 fraudes operadas e mais de R$ 8 milhões que passaram em sua conta.
A diferença entre o valor relatado por Carla Ubarana - de R$ 20 milhões - e o encontrado pela comissão - pouco mais de R$ 14 milhões - não é preocupante, segundo fontes ouvidas pela TRIBUNA DO NORTE. Tanto pessoas próximas a Carla Ubarana quanto próximas a investigação afirmam que a própria acusada não sabe exatamente quanto dinheiro foi desviado do setor de precatórios. Por outro lado, Carla manifestou desde o início a opinião de que os auditores do TCE não conseguiriam chegar ao valor exato de dinheiro desviado. "Foi levantado o valor possível de ser comprovado. Nesse caso, há documentos que comprovam cada centavo", diz uma fonte.
A comissão que investiga o setor de precatórios foi criada ainda em janeiro, sob a presidência do desembargador Caio Alencar. Com o fim dos trabalhos, a comissão será desfeita e o desembargador irá se aposentar amanhã.
Essas suspeitas culminaram na Operação Judas, realizada no dia 31 de janeiro, que prendeu Carla Ubarana, considerada a chefe do esquema, George Leal, seu marido, e três laranjas: Carlos Fasanaro, Carlos Palhares e Cláudia Sueli. Posteriormente, em delação premiada, Carla Ubarana afirmou que os desembargadores Rafael Godeiro e Osvaldo Cruz foram co-autores dos desvios. O Superior Tribunal de Justiça afastou os dois liminarmente. O processo corre em segredo de justiça.
Ao mesmo tempo, o Conselho Nacional de Justiça iniciou processo administrativo disciplinar para apurar a conduta dos dois desembargadores. Ainda não há a decisão sobre quem será o relator do caso no CNJ. Dos 12 membros, onze votaram favoravelmente à investigação.
A reportagem da TRIBUNA DO NORTE entrou em contato com a Assessoria de Comunicação do TJRN, que informou que ainda não há informações sobre um posicionamento oficial da presidente da Corte, Judite Nunes.
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