"Alemães vão destacar a Natal da Copa"
ENTREVISTA/ AMARO SALES - presidente da FIERN
Isaac Lira - Repórter
O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, Amaro Sales, espera a recuperação do setor em 2013. Segundo Amaro, em 2012 as indústrias potiguares tiveram muitos problemas, principalmente no setor têxtil, com a queda do número de empregos. Contudo, para ele, há sinais de recuperação. "Em agosto, cresceu o nível de emprego no RN e esperamos que a partir disso possamos nos recuperar. É um crescimento tímido, mas cresceu", aposta. De volta de uma viagem à Alemanha, onde participou da IBA 2012 - Feira Internacional do Mercado Mundial de Panificação e Confeitaria - Amaro Sales anuncia a vinda de empresários alemães ao Estado, no intuito de promover um intercâmbio. "A Alemanha se aproxima do Brasil porque precisa de consumo", aponta. Ele também antecipa que Natal e outras cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 serão retratados em um documentário produzido pela TV alemã. "Entendemos que Natal será destaque", afirma. Confira:
O senhor acaba de voltar de uma viagem à Alemanha. O que foi discutido lá?
Fui para a maior feira de panificação mundial, que ocorre de três em três anos, na Alemanha. É quinta vez que vamos. É uma feira com 1,270 empresas e 12 pavilhões, como aquele do Centro de Convenções. O que há de mais moderno na área de pães, fábrica e congelamento está lá. Essa feira tem a preocupação com as novas tecnologias, tecnologia limpa e qualidade melhor para os produtos. Temos a parte de automação, produtos sustentáveis, etc. O faturamento do setor na Alemanha foi de R$ 14 bilhões de euros. É uma feira totalmente privada e trouxemos um pouco de conhecimento para disseminar na nossa região.
Há também a possibilidade de divulgação de Natal?
Fomos para Colônia e demos uma entrevista num canal de TV sobre a cidade de Natal. É uma rede de TV que está preparando um documentário sobre as cidades-sede da próxima Copa do Mundo. Esse material será preparado e a equipe virá em novembro para Natal. Será enfocado o turismo, a gastronomia, a infraestrutura, o esporte, etc. Nós demos essa entrevista e faremos um trabalho em conjunto, mostrando o trabalho do Sesi, do Iel, do Senai, etc. Fizemos essa parceria para construir junto esse documentário para mostrar o Estado. Entendemos que Natal será um destaque nisso, por conta da infraestrutura da cidade na área de turismo, principalmente a hotelaria. Pretendemos trabalhar também a parte social, com intercâmbios.
E em relação ao empresariado?
Nos reunimos com autoridades do estado da Renânia, onde tivemos um contato com empresários alemães e o presidente da Câmara do Comércio e Indústria. Os empresários estarão aqui no período de 25 a 26 de outubro numa visita formalizada junto a Federação das Indústrias. Iremos apresentar as empresas brasileiras, que terão a oportunidade de intercâmbios, parcerias e negócios. Nós estamos abrindo uma janela para a formatação de negócios. Consigo enxergar que a Alemanha tem expertise, um produto acabado, pesquisa, mas tem perdido mercado. Havia uma demanda na Europa, mas ela se aproxima do Brasil porque precisa de consumo. Faremos uma convocação aos empresários para participação nesta rodada de entendimento.
A Fiesp declarou recentemente que a crise no setor industrial deve demorar um pouco mais para ser superada. O que o senhor acha disso? Aqui no RN a situação é semelhante?
É preciso respeitar a opinião da Fiesp. O Estado de São Paulo é a grande máquina motriz, de puxar o desenvolvimento do país. Mas essa grande máquina é mais lenta, mais pesada, em função do seu tamanho. O Nordeste tem uma dificuldade por não ter grande infraestrutura. O Nordeste sofre mais. O Estado do Ceará e Pernambuco tem mais estrutura, mais investimentos, e têm a maior fatia do bolo. Trago uma preocupação com isso. O Governo Federal poderia investir mais nos outros estados. Temos setores como o de confecção, tecelagem, construção civil, etc, que passam por uma crise em 2012. Crise essa que já se arrasta, mas dá alguns sinais de recuperação. Em agosto, cresceu o nível de emprego no RN e esperamos que a partir disso possamos nos recuperar. É um crescimento tímido, mas cresceu. Esperamos um 2013 com maior crescimento.
Recentemente, uma empresa divulgou o interesse de instalar uma fábrica de torres de aerogeradores em João Câmara. O que o senhor acha disso? Estamos conseguindo atrair mais empresas, em detrimento de outros Estados, como o Ceará?
Nenhuma empresa no mundo se estabelece num local sem receber estradas, mão de obra treinada, infraestrutura de energia, incentivos fiscais, etc. A empresa precisa deste ambiente para se tornar competitiva. O que o sistema da Fiern pode oferecer é a qualificação. Ano passado, qualificamos 32 mil pessoas e esse ano são 42 mil. Um crescimento razoável. É preciso estrutura.
Qual a expectativa do setor com alguns dos incentivos anunciados pelo Governo?
A desoneração é a solução para um monte de problemas. Ninguém vai conseguir barrar a China sem desonerar alguns setores e cadeias produtivas. Os setores têxtil, de confecção, por exemplo, precisam disso. As desonerações são estratégicas, em setores estratégicos. Mas é preciso mais. Foram adicionados 25 setores, como o de alimentos e bebidas, mas o Governo terá de desonerar mais. Isso não é suficiente ainda. Acredito fortemente que essas iniciativas são bem vindas. O preço da folha de pagamento é uma questão, porque são muitas obrigações assumidas pelas empresas.
Isaac Lira - Repórter
O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, Amaro Sales, espera a recuperação do setor em 2013. Segundo Amaro, em 2012 as indústrias potiguares tiveram muitos problemas, principalmente no setor têxtil, com a queda do número de empregos. Contudo, para ele, há sinais de recuperação. "Em agosto, cresceu o nível de emprego no RN e esperamos que a partir disso possamos nos recuperar. É um crescimento tímido, mas cresceu", aposta. De volta de uma viagem à Alemanha, onde participou da IBA 2012 - Feira Internacional do Mercado Mundial de Panificação e Confeitaria - Amaro Sales anuncia a vinda de empresários alemães ao Estado, no intuito de promover um intercâmbio. "A Alemanha se aproxima do Brasil porque precisa de consumo", aponta. Ele também antecipa que Natal e outras cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 serão retratados em um documentário produzido pela TV alemã. "Entendemos que Natal será destaque", afirma. Confira:
Júnior SantosO presidente da Fiern acredita que Natal será destaque por conta da infraestrutura que tem, na área de turismo
O senhor acaba de voltar de uma viagem à Alemanha. O que foi discutido lá?
Fui para a maior feira de panificação mundial, que ocorre de três em três anos, na Alemanha. É quinta vez que vamos. É uma feira com 1,270 empresas e 12 pavilhões, como aquele do Centro de Convenções. O que há de mais moderno na área de pães, fábrica e congelamento está lá. Essa feira tem a preocupação com as novas tecnologias, tecnologia limpa e qualidade melhor para os produtos. Temos a parte de automação, produtos sustentáveis, etc. O faturamento do setor na Alemanha foi de R$ 14 bilhões de euros. É uma feira totalmente privada e trouxemos um pouco de conhecimento para disseminar na nossa região.
Há também a possibilidade de divulgação de Natal?
Fomos para Colônia e demos uma entrevista num canal de TV sobre a cidade de Natal. É uma rede de TV que está preparando um documentário sobre as cidades-sede da próxima Copa do Mundo. Esse material será preparado e a equipe virá em novembro para Natal. Será enfocado o turismo, a gastronomia, a infraestrutura, o esporte, etc. Nós demos essa entrevista e faremos um trabalho em conjunto, mostrando o trabalho do Sesi, do Iel, do Senai, etc. Fizemos essa parceria para construir junto esse documentário para mostrar o Estado. Entendemos que Natal será um destaque nisso, por conta da infraestrutura da cidade na área de turismo, principalmente a hotelaria. Pretendemos trabalhar também a parte social, com intercâmbios.
E em relação ao empresariado?
Nos reunimos com autoridades do estado da Renânia, onde tivemos um contato com empresários alemães e o presidente da Câmara do Comércio e Indústria. Os empresários estarão aqui no período de 25 a 26 de outubro numa visita formalizada junto a Federação das Indústrias. Iremos apresentar as empresas brasileiras, que terão a oportunidade de intercâmbios, parcerias e negócios. Nós estamos abrindo uma janela para a formatação de negócios. Consigo enxergar que a Alemanha tem expertise, um produto acabado, pesquisa, mas tem perdido mercado. Havia uma demanda na Europa, mas ela se aproxima do Brasil porque precisa de consumo. Faremos uma convocação aos empresários para participação nesta rodada de entendimento.
A Fiesp declarou recentemente que a crise no setor industrial deve demorar um pouco mais para ser superada. O que o senhor acha disso? Aqui no RN a situação é semelhante?
É preciso respeitar a opinião da Fiesp. O Estado de São Paulo é a grande máquina motriz, de puxar o desenvolvimento do país. Mas essa grande máquina é mais lenta, mais pesada, em função do seu tamanho. O Nordeste tem uma dificuldade por não ter grande infraestrutura. O Nordeste sofre mais. O Estado do Ceará e Pernambuco tem mais estrutura, mais investimentos, e têm a maior fatia do bolo. Trago uma preocupação com isso. O Governo Federal poderia investir mais nos outros estados. Temos setores como o de confecção, tecelagem, construção civil, etc, que passam por uma crise em 2012. Crise essa que já se arrasta, mas dá alguns sinais de recuperação. Em agosto, cresceu o nível de emprego no RN e esperamos que a partir disso possamos nos recuperar. É um crescimento tímido, mas cresceu. Esperamos um 2013 com maior crescimento.
Recentemente, uma empresa divulgou o interesse de instalar uma fábrica de torres de aerogeradores em João Câmara. O que o senhor acha disso? Estamos conseguindo atrair mais empresas, em detrimento de outros Estados, como o Ceará?
Nenhuma empresa no mundo se estabelece num local sem receber estradas, mão de obra treinada, infraestrutura de energia, incentivos fiscais, etc. A empresa precisa deste ambiente para se tornar competitiva. O que o sistema da Fiern pode oferecer é a qualificação. Ano passado, qualificamos 32 mil pessoas e esse ano são 42 mil. Um crescimento razoável. É preciso estrutura.
Qual a expectativa do setor com alguns dos incentivos anunciados pelo Governo?
A desoneração é a solução para um monte de problemas. Ninguém vai conseguir barrar a China sem desonerar alguns setores e cadeias produtivas. Os setores têxtil, de confecção, por exemplo, precisam disso. As desonerações são estratégicas, em setores estratégicos. Mas é preciso mais. Foram adicionados 25 setores, como o de alimentos e bebidas, mas o Governo terá de desonerar mais. Isso não é suficiente ainda. Acredito fortemente que essas iniciativas são bem vindas. O preço da folha de pagamento é uma questão, porque são muitas obrigações assumidas pelas empresas.