quinta-feira, 6 de setembro de 2012


Bill Clinton: a arma democrata


Charlotte (AE) - Numa iniciativa incomum, o  ex-presidente Bill Clinton, que governou os  Estados Unidos durante a forte expansão econômica da década de 1990, anunciou ontem na convenção nacional do Partido Democrata em Charlotte, na Carolina do Norte, a indicação do presidente  Barack Obama como candidato à reeleição. A estratégia teve como objetivo estimular os eleitores que atravessam a pior crise econômica desde a Grande Depressão no início do século passado e dizer a ele que não só Obama, mas o Partido Democrata está preparado para colocar os EUA no rumo certo. 
charlie neibergall / aeEleito duas vezes para governar os EUA, Clinton desfruta de popularidade dentro e fora do paísEleito duas vezes para governar os EUA, Clinton desfruta de popularidade dentro e fora do país

A aparição de Clinton, como garoto-propaganda de Obama tem outro alvo: tentar mudar a percepção dos eleitores de que o empresário e ex-governador republicano Mitt Romney, é o mais qualificado para administrar a recuperação econômica. Clinton foi convocado para tentar diminuir a desvantagem do atual presidente neste aspecto.

De modo geral, as pesquisas mostram que os norte-americanos estão igualmente divididos no apoio a Obama e Romney, no que aparentemente será a eleição presidencial mais acirrada da história recente dos EUA. Enquanto Romney tem vantagem na economia, Obama é de longe o candidato visto como mais adequado para tratar das necessidades dos cidadãos comuns dos EUA. Foi essa a mensagem que a primeira-dama Michelle Obama procurou passar ontem à noite, ao discursar no primeiro dia da convenção democrática.

Michelle declarou que, após quatro anos o presidente não mudou. É o mesmo homem que dirigia um carro enferrujado em seus primeiros encontros como namorados, que resgatou um centro de mesa do lixo e que conhece as batalhas dos norte-americanos comuns porque as viveu plenamente. "Eu vi em primeira mão que ser presidente não muda quem você é, mas revela quem você é", disse a primeira-dama no discurso.

MUDANÇAS

A convenção democrata restaurou um trecho da plataforma da agremiação para a eleição presidencial norte-americana que havia sido omitido na plataforma para a eleição este ano: a afirmação de que "Jerusalém é e será a capital de Israel". A plataforma eleitoral divulgada na segunda-feira não incluía essa declaração e os participantes da convenção a restauraram nesta quarta-feira, depois de uma onda de críticas de setores mais conservadores, de organizações de lobby pró-Israel e do Partido Republicano.

A restauração da declaração pró-israelense foi objeto de divergências entre os participantes da convenção democrata, e só foi adotada depois de três votações; alguns delegados vaiaram o resultado. Um assessor parlamentar disse que a questão foi apresentada à convenção depois de discussões com o Comitê Americano-Israelense de Assuntos Públicos (Aipac), o mais poderoso lobby pró-Israel dos EUA.

O texto aprovado não difere substancialmente do da plataforma do Partido Republicano e contrasta com a posição oficial dos EUA e da ONU, de que a capital de Israel é Tel Aviv, enquanto Jerusalém - também reivindicada pelos palestinos como sua futura capital - é considerada uma cidade que deveria ter administração internacional e ser aberta a todas as religiões. A embaixada norte-americana em Israel está localizada em Tel Aviv, embora candidatos à Presidência dos EUA costumem prometer movê-la para Jerusalém.

Compromisso com Israel é ressaltado

A convenção democrata restaurou um trecho da plataforma do partido que havia sido omitido este ano: a afirmação de que "Jerusalém é e será a capital de Israel". A plataforma eleitoral divulgada na segunda-feira não incluía essa declaração e os participantes da convenção a restauraram nesta quarta-feira, depois de uma onda de críticas de setores mais conservadores, de organizações de lobby pró-Israel e do Partido Republicano. A restauração da declaração pró-israelense foi objeto de divergências entre os participantes da convenção democrata, e só foi adotada depois de três votações; alguns delegados vaiaram o resultado. Um assessor parlamentar disse que a questão foi apresentada à convenção depois de discussões com o Comitê Americano-Israelense de Assuntos Públicos (Aipac), o mais poderoso lobby pró-Israel dos EUA.

O texto aprovado não difere substancialmente do da plataforma do Partido Republicano e contrasta com a posição oficial dos EUA e da ONU, de que a capital de Israel é Tel Aviv, enquanto Jerusalém - também reivindicada pelos palestinos como sua futura capital - é considerada uma cidade que deveria ter administração internacional e ser aberta a todas as religiões. A embaixada norte-americana em Israel está localizada em Tel Aviv, embora candidatos à Presidência dos EUA costumem prometer movê-la para Jerusalém.

Participantes da convenção democrata disseram que a Casa Branca mantém a posição de governos anteriores, tanto democratas como republicanos, de que o futuro de Jerusalém é algo a ser negociado em conversações de paz entre Israel e os palestinos. Mas o candidato republicano, Mitt Romney, aproveitou-se da omissão da plataforma democrata original para dizer que "é lamentável que todo o partido Democrata tenha abraçado a recusa vergonhosa do presidente Obama a reconhecer que Jerusalém é a capital de Israel".

O porta-voz da campanha de Obama, Jen Psaki, disse que "a posição do presidente tem sido completamente consistente desde 2008". Os participantes da convenção democrata também aprovaram menções a Deus na plataforma do partido, ausentes na versão original divulgada na segunda-feira.

Michelle pede mais quatro anos para o marido

Carlotte (AE) - A primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, abriu a Convenção Nacional Democrata, na terça-feira, com um discurso profundamente pessoal no qual ligou as lutas econômicas dos trabalhadores médios, incluindo as de seus pais, com as políticas que o marido, Barack Obama, têm perseguido como presidente e candidato à reeleição. Michelle usou a história do pai e a da avó de Obama como exemplo para explicar o apoio do presidente às leis de igualdade de pagamento, além de seu apoio à lei de seguros de saúde e aos empréstimos estudantis.

Ela não mencionou o candidato presidencial republicano Mitt Romney ou o partido dele. Mas sua história desenhou uma comparação implícita com a vida de maior privilégio de Romney. Michelle também enquadrou a eleição em torno da filosofia pessoal de Obama, num momento em que seus adversários republicanos argumentam que o presidente tem poucos feitos concretos para explicar por que os eleitores estão melhor agora do que quando ele começou seu mandato.

"No final, para Barack, estas questões não são políticas - elas são pessoais. Porque Barack sabe o que significa quando uma família se esforça", disse Michelle. A convenção democrata tem um objetivo claro: atrair a atenção e o voto das mulheres e dos latinos, eleitorados considerados críticos para a coalizão de Obama. A convenção democratas será encerrada hoje com o  discurso do presidente.

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