sexta-feira, 28 de setembro de 2012


Transplante: metade das famílias autoriza doação


O Ministério da Saúde divulgou nesta quinta-feira (27), em Brasília, um balanço com o número de transplantes realizados no Brasil nos primeiros seis meses deste ano. O relatório, anunciado sugestivamente no Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, aponta um aumento de 12,7% em relação ao mesmo período de 2011. Em números absolutos, os procedimentos saltaram de 10.905 para 12.287, e o estado nordestino melhor posicionado é Pernambuco, com 767 cirurgias realizadas  no semestre. 
Adriano AbreuPaulo Medeiros, coordenador do Núcleo de Transplante Renal do Hospital Universitário Onofre LopesPaulo Medeiros, coordenador do Núcleo de Transplante Renal do Hospital Universitário Onofre Lopes

No RN são realizados, regularmente, transplantes de córnea, rim, medula óssea e válvula cardiáca. "A equipe que chegou a fazer transplantes de coração aqui em Natal se desfez, mas um grupo já planeja retomar esse tipo de operação", ressaltou o médico Paulo Medeiros, coordenador do Núcleo de Transplante Renal do Hospital Universitário Onofre Lopes. De janeiro a setembro de 2012, o HUOL já realizou 48 transplantes de rim, dois a menos que a média estadual por ano. 

De acordo com as informações do Sistema Nacional de Transplantes, foram feitas 7.777 cirurgias de córnea no país e o Rio Grande do Norte aparece em destaque, ao lado dos estados do Acre, Paraná, Espírito Santo, Distrito Federal e São Paulo, por ter eliminado a lista de espera para este tipo de transplante. Ainda segundo o relatório, as operações de pulmão dobraram de um ano para o outro, enquanto que os de coração registraram alta de 29%, os de medula óssea 17% (não inclui autotransplantados), rim 14% - córnea e fígado cresceram 13%. 

Apesar de pouco mais da metade das famílias no RN (52%) não autorizarem a doação de órgãos, "principalmente por desconhecer a vontade do parente", o Estado está na 11º posição entre os que mais autorizam - a média nacional é de 63% de recusa. "O número de doadores é bom, tanto que estamos fazendo cada vez mais cirurgias", avaliou. Os números locais indicam 17 doadores para cada grupo de um milhão de habitantes, pouco acima do índice ideal calculado em 15 pessoas por milhão de habitantes (a média Brasil é 13,6). Em São Paulo e Santa Catarina, por exemplo, "esses números oscilam entre 25 e 30 pessoas", informou Paulo Medeiros.

O médico disse que há casos, por falta de compatibilidade ou por restrições técnicas como doadores acima de 60 anos, dos órgãos serem enviados a pacientes de outros estados. "Tem lugares que aceitam doadores mais velhos, tudo depende dos procedimentos adotados por cada equipe", explicou o médico. Um rim, corretamente acondicionado no gelo, resiste de 24 a 36 horas até ser ser transplantado. "Em São Paulo e no Ceará, onde há hospitais que possuem um equipamento especial, esse período de espera pode chegar a 48 horas, não mais que isso". Com o avanço da tecnologia na indústria farmacêutica, a rejeição não ultrapassa a média de 10% - "um índice plenamente aceitável", considerou Medeiros.

 Além dos transplantes de rim, o HUOL também realiza operações de córnea, já cirurgias de medula óssea são feitas no Natal Hospital Center. O assunto vem sendo tratado por especialistas durante a programação da 6ª Jornada da Saúde, promovida pela faculdade UNI-RN, que acontece até amanhã no Hotel Parque da Costeira, Via Costeira (informações 3215-2920 e 9171-0278).

Serviço: Qualquer pessoa pode declarar-se doador de órgãos e tecidos, basta, simplesmente, informar a família sobre a intenção - no Brasil, de acordo com a constituição, quem autoriza a doação é a família. Também é possível identificar, através de selo adesivo na carteira de identidade, a decisão de doar.

No RN, qualquer informação sobre transplantes pode ser obtida na Central de Transplantes do RN, que funciona 24 horas no Hospital Walfredo Gurgel. Telefones para contato 3232-7620/7621/7545.

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