DESEMBARGADOR RAFAEL GODEIRO EMITE NOTA DE ESCLARECIMENTO |
Depois de percorrer toda a carreira da
magistratura à qual me dedico há 43 anos fui massacrado no dia 10 de abril de
2012, pelo vídeo apresentado nas diversas emissoras de televisão, pela imprensa
escrita, blogs e todos os meios de comunicação, no qual a servidora Carla
Ubarana de Araújo Leal, me acusa de coautoria num esquema de desvio de dinheiro
público da Divisão de Precatórios do Tribunal de Justiça, na época em que tive a
honra de presidir a egrégia Corte de Justiça do nosso Estado.
Em troca do prêmio concedido a uma ré
confessa no processo, sou vítima de uma atitude torpe, cavilosa e caluniosa na
clara intenção de confundir e aplacar a fúria de uma sociedade que já não
aguenta mais os desmandos e desregramentos das verbas públicas.
Por isso, em defesa da minha honra, repilo
com toda a indignação as mentiras e calúnias dirigidas a mim num depoimento
articulado, nitidamente traçado dentro de uma estratégia de defesa.
Se aquelas afirmações da serventuária Carla
Ubarana fossem verdadeiras eu jamais seria digno de me sentar numa das cadeiras
do plenário da mais alta Corte de Justiça do nosso Estado. Cheguei à Presidência
do Tribunal de Justiça depois de haver convivido, primeiro como juiz no interior
e na capital, e depois como desembargador, com as mais ilustres, dignas,
honradas e doutas figuras da judicatura do nosso Estado. E aqui volto a repetir
uma frase de Cícero que fiz constar no meu discurso de posse: “A Justiça é a
rainha e a senhora de todas as virtudes”.
Procurei, como era do meu dever, dar o
melhor de mim na Presidência do Tribunal de Justiça, no compromisso com a
melhora nos índices de desempenho da Justiça. Encarei e contei com a compreensão
e o empenho de todo o Judiciário na mudança de mentalidade de trabalho a partir
do estabelecimento de metas nacionais a serem atingidas. Ampliamos, reformamos e
construímos novos fóruns e implantamos novos serviços para melhor atender ao
jurisdicionado. Internamente passamos a contar com um planejamento estratégico a
partir do qual o próprio Poder Judiciário definiu aonde quer chegar, como
alcançar esses objetivos de forma clara e capaz de ser auferida. Valorizamos o
trabalho do servidor e da magistratura e buscamos parcerias com a sociedade para
levar o Judiciário mais perto do cidadão.
A infeliz situação em que se encontra hoje
mergulhado o Judiciário Potiguar é, por si só, uma capítulo que merece ser
passado a limpo para que se restaure a confiança na Justiça, sem a qual os
indivíduos e os povos reverteriam à barbárie.
Se errei foi por confiar demais nas pessoas.
Estou pronto a arcar com minhas responsabilidades e espero que todos os
envolvidos com esse triste episódio sejam punidos por suas ações, omissões, dolo
ou culpa.
Da minha parte envidarei todos os esforços
para provar minha inocência em todas as esferas, ainda que já tenha sido
acusado, denunciado e condenado no tribunal inquisitorial da opinião pública.
Aguardarei com a serenidade da minha
consciência o veredito final com a cabeça erguida de quem aprendeu durante toda
uma vida dedicada à Justiça que no final a verdade prevalecerá.
Entre tantas fantasias urdidas, a mim me foi
imputada a acusação de agir sob a inspiração do ódio a toda uma família que mal
nenhum me houvera feito. Quem me conhece sabe que não nutro esse tipo de
sentimento em minha vida particular, muito menos levo para o serviço público
qualquer tipo mesquinho de atitude como essa.
Quem quiser continuar a odiar, que continue,
queime-se lentamente. Eu creio no riso e nas lágrimas como antídotos contra o
ódio e o terror.
Natal, 12 de abril de
2012.
Desembargador Rafael
Godeiro
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quinta-feira, 12 de abril de 2012
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