domingo, 29 de abril de 2012


CPI do Cachoeira tem tudo para sobrar para o Piauí


Em vários Estados, estão sendo desfeitos os contratos de obras com a construtora Delta, um dos alvos da CPI do Cachoeira. O próprio governo federal já cogita a suspensão de seus contratos com a empreiteira, que é a principal executora das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Aguarda apenas uma posição da CGU (Controladoria Geral da União) para suspendê-los.
Já existem investigações da CGU apontando irregularidades da Delta nas obras contratadas pelo governo federal. Os relatórios dos auditores apontam irregularidades em pelo menos 60 contratos, que somam mais de R$ 600 milhões. Entre os problemas encontrados estão pagamentos por serviços não executados, superfaturamento, serviços realizados sem qualidade e falhas na execução dos contratos. As auditorias foram feitas em convênios firmados entre 2007 e 2010.
Goiânia foi a primeira capital a suspender seus contratos com a Delta. Por último, com a sucessão de denúncias contra a empresa, eles foram cancelados também no Rio de Janeiro. Essas providências passaram a ser tomadas depois do escândalo Cachoeira, que apontou a Delta, a sexta maior empreiteira do país, como braço operacional de um esquema de corrupção que estaria presente em vários estados, com o suposto envolvimento de governantes, parlamentares e empresários.
A própria construtora já reconheceu, diante da saraivada de denúncias, que não pode continuar na praça. Ela começou a abandonar espontaneamente algumas obras, como a reforma do estádio Maracanã, para a Copa do Mundo de 2014, no valor de R$ 859 milhões. A empresa fazia a obra em consórcio com outras grandes empresas, como a Odebrecht e a Andrade Gutierrez.
A Delta tem um contrato no valor de R$ 29 milhões com a Prefeitura de Teresina, para construção da galeria pluvial da zona Leste. Quando o contrato foi feito, a empreiteira era uma empresa absolutamente idônea e com capacidade técnica comprovada. Além disso, venceu na forma da lei, sem contestações, a licitação para realização da obra, uma das mais esperadas de Teresina, pois a galeria, de aproximadamente 7 quilômetros, resolverá o grave problema de drenagem das águas das chuvas em sete bairros.
O que se indaga hoje é: diante da nova realidade, a Prefeitura de Teresina terá condição de manter o contrato que fez com a Delta para construção da galeria? A obra ainda não foi iniciada. Também ainda não começaram as atividades da CPI do Cachoeira, que certamente aumentarão as pressões contra a empresa.
Espera-se que, se o contrato com a Prefeitura de Teresina vier a ser rescindido, que a cidade não perca os recursos para a obra, e que outra construtora possa executá-la o quanto antes.
  

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