quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Líder da greve dos bombeiros está preso em Bangu 1


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Cabo Benevenuto Daciolo foi preso na noite de quarta-feira (8) no Aeroporto Internacional Tom Jobim
 
O cabo Benevenuto Daciolo, que é um dos principais líderes dos bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, está preso no Complexo Penitenciário de Bangu, na zona oeste da capital fluminense. A informação foi confirmada pela assessoria do Corpo de Bombeiros na manhã desta quinta-feira (9). Ele  foi preso na noite de quarta-feira (8), no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, na zona norte, após o secretário de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões, que também é comandante dos bombeiros, pedir à Justiça Militar a sua prisão preventiva.
Segundo o coronel Simões, Daciolo cometeu o crime de incitamento e aliciamento a motim. Ele foi flagrado em gravações autorizadas pela Justiça, em uma conversa com policiais militares grevistas no Estado da Bahia. As ligações revelam a negociação para que a greve se estenda ao Rio de Janeiro e a outros Estados.

O comandante dos Bombeiros disse, nesta manhã, que a população pode ficar tranquila, que a segurança está mantida para o Carnaval no Rio. 
De acordo com a esposa de Daciolo, Cristiane Daciolo, o militar foi preso quando voltava de Salvador, no Estado da Bahia, onde teria sido convidado para ajudar na negociação com os policiais grevistas.
- Até agora não entendi. Ele estava em Salvador, onde foi convidado por um juiz para ajudar nas negociações. Ele teve até acesso total na Assembleia e, agora, quando chega ao Rio, é preso.
Daciolo foi levado para o BPChoque (Batalhão de Choque), no centro carioca, na noite de quarta-feira. Nesta manhã, ele foi transferido para o presídio Bangu 1.

Cabral pede gravações

O governador Sérgio Cabral pediu na noite desta quarta que o governo da Bahia envie ao Rio de Janeiro cópias de todas as gravações que tenham tido como interlocutor o bombeiro militar Benevenuto Daciolo ou qualquer outro servidor do Estado do Rio de Janeiro.
O pedido foi feito depois que o governador tomou conhecimento que o referido bombeiro manteve conversas telefônicas gravadas com autorização da Justiça, com diversos interlocutores, nas quais planejava estratégia de deflagração de atos grevistas no Estado do Rio.
Segundo a assessoria de imprensa do governo, esses atos colocariam em risco a ordem pública.
Reajuste antecipado
Pressionado pela ameaça de greve de bombeiros, agentes penitenciários e policiais civis e militares, o governo do Estado autorizou a Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) a modificar a proposta de reajuste salarial encaminhada no dia 1º de fevereiro.
Em nota, a assessoria do governador Sérgio Cabral informou que o aumento de 39%, previsto para outubro de 2013, será antecipado para fevereiro do mesmo ano.
Além disso, o governo anunciou que, em fevereiro de 2014, concederá nova reposição salarial. O ajuste será composto do índice da inflação acumulada pelo IPCA entre o período de fevereiro de 2013 e fevereiro de 2014, acrescido de 100% desse valor.
As quatro categorias passarão também a receber auxílio-transporte no valor de R$ 100 por mês e não perderão gratificações de qualquer natureza os profissionais que se afastarem do serviço por licença médica decorrente de acidente no trabalho.
O último item da nota aponta para a criação de um banco de horas extras para que os profissionais da segurança e da Defesa Civil possam prestar serviços além da sua escala de serviço normal, mediante remuneração adicional.
Manifestantes questionam aumento
O aumento salarial anunciado pelo governo é visto pelos manifestantes e deputados de oposição apenas como antecipação de uma verba já prevista. A diferença, no entanto, é que o reajuste, que seria feito até dezembro de 2014 – faltavam 35 parcelas, seria antecipado para o início do ano que vem.

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