terça-feira, 5 de fevereiro de 2013


Parceria é renovada entre PT e PMDB com eleições para comnadar o Congresso

Consolidadas as vitórias de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) para a Presidência da Câmara e Renan Calheiros (PMDB-AL) para o comando do Senado e escolhidos os dois líderes do PMDB nas duas Casas – Eduardo Cunha (RJ) e Eunício Oliveira (CE) –, o Planalto se prepara para conviver com os peemedebistas ao longo deste ano. O governo cerca-se de cuidados, aposta na parceria com o partido que tem a vaga de vice na chapa presidencial, pois sabe que 2013 é vital para a reeleição de Dilma Rousseff.

A primeira avaliação é de cautela. Três dos quatro nomes eleitos nos últimos três dias têm perfis políticos que inspiram cuidados. Renan Calheiros é considerado agressivo e ousado em suas atitudes, impositivo quando pretende defender seus direitos. Algo bem diferente do estilo conciliador e pacificador do antecessor José Sarney (PMDB-AP). Prova disso é que Sarney havia sido escalado para ser o bombeiro nas relações do peemedebista alagoano com seus colegas de plenário.

Da mesma forma, Eduardo Cunha (RJ) deve ser monitorado de perto. Ele já tinha tentado minimizar os sinais de atrito no domingo, após ser eleito líder da bancada, afirmando que “sempre votou com a presidente Dilma Rousseff”. Ontem, após a vitória de Henrique Alves, Cunha voltou a negar a possibilidade de divisões internas, já que venceu apenas no segundo turno contra o companheiro Sandro Mabel (GO). “Nós todos estamos juntos no mesmo propósito, que é a pacificação da bancada, fazer com que a bancada tenha atuação forte no plenário e ajude o governo a governar o país”, afirmou Cunha. Um petista influente elogiou o parlamentar fluminense, mas ressaltou que as qualidades dele merecem atenção redobrada. “Eduardo Cunha é inteligente, disciplinado, entende de regimento e é bastante focado”, disse o congressista, insinuando que é preciso ter cuidado com os pontos que o peemedebista vai mirar daqui para a frente.

Nomeações 
De todos os três, o mais fácil de contornar seria Henrique Alves. Companheiros de partido afirmam que ele não é ousado e agressivo como Eduardo Cunha e Renan, mas age muito mais pela emoção do que pela razão. Teria sido assim nas vezes em que confrontou o Planalto nas nomeações de cargos, sobretudo para o setor elétrico e na direção do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs).

Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff confirmou a manutenção de Eduardo Braga (PMDB-AM) e José Pimentel (PT-CE) nas lideranças do governo no Senado e no Congresso, respectivamente. Ainda não teve uma conversa nesse sentido com o líder Arlindo Chinaglia (PT-SP), mas o Estado de Minas apurou que ele deve ser mantido no cargo.

Além de Cunha, o Planalto terá que lidar com outro líder partidário complicado: Anthony Garotinho (PR-RJ), nomeado líder da bancada recentemente. “A bancada do PR não é tão homogênea para que um líder possa fazer tudo da própria cabeça. Além disso, tem uma ampla parte da bancada que vota com o governo e pode equilibrar esse cenário”, torce um aliado da presidente Dilma. 

Rejeição aos petistas
A composição da nova Mesa Diretora da Câmara terminou sem surpresas. Todos os candidatos indicados oficialmente pelos partidos acabaram eleitos. A maior disputa ocorreu na escolha do segundo-vice-presidente da Casa. Fábio Faria (PSD-RN) venceu com 20 votos de vantagem sobre o correligionário Júlio César (PI), que se lançou como avulso. 

Na escolha dos outros cargos, a disputa chamou atenção pelos votos em branco. Os dois petistas que assumiram postos na Mesa tiveram a maior rejeição. Biffi (PT-MS), eleito quarto secretário, recebeu 81 votos em branco. Escolhido vice-presidente, André Vargas (PT-PR) teve 77. “Voto secreto não merece interpretação”, rebateu Vargas.

Mesmo com a eleição praticamente garantida, os candidatos fortaleceram a campanha de boca de urna. Até quem não tinha concorrente, como o quarto suplente, Wolney Queiroz (PDT-PE), espalhou cabos eleitorais pelos corredores da Casa para distribuir panfletos e exibir cartazes. No fim da disputa, o retrato da campanha de última hora ficou registrado no chão do plenário, tomado por santinhos e adesivos que sujavam o novo carpete. (PTL e AC)

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