sábado, 11 de maio de 2013

Júri absolve PMs acusados do assassinato de PC Farias



Maceió (AE) - A Justiça absolveu ontem à noite, os quatro militares que foram acusados pela morte do empresário Paulo César Farias e de sua namorada Suzana Marcolino. A dupla foi morta a tiros em junho de 1996, em Guaxuma, no litoral norte de Alagoas, onde Farias tinha uma casa de praia. Os jurados rechaçaram a tese de suicídio de Suzana e concluíram que houve duplo homicídio no caso. Os policiais militares Adeildo Costa dos Santos, Reinaldo Correia de Lima Filho, Josemar Faustino dos Santos e José Geraldo da Silva foram acusados pelo Ministério Público de envolvimento do crime e de omissão. Eles faziam a segurança do local onde o casal morreu.

Existiam duas teses na condução das investigações da morte de PC Farias e de sua namorada. Conforme a primeira, sustentada pela defesa e pela polícia alagoana, Suzana teria matado o empresário e depois cometido suicídio, por motivação passional. Pela segunda, defendida pelo Ministério Público, o casal teria sido vítima de duplo homicídio, com envolvimento dos quatro PMs arrolados como réus. Para a promotoria, a morte de PC Farias foi "queima de arquivo".

"Eles (os militares) tinham a missão de salvaguardar a integridade física do PC Farias e, se assim não o fizeram, ou é porque sabiam que o crime seria cometido e não se movimentaram para impedi-lo ou, talvez, tenham participação direta nas mortes", defendeu o promotor.

O empresário foi tesoureiro da campanha presidencial do hoje senador Fernando Collor (PTB-AL), era réu em processos por crimes financeiros e foi o centro das denúncias de corrupção que resultaram no impeachment do presidente, em 1992.

Assim que a sentença foi prolatada, os policiais se emocionaram e alguns chegaram a chorar. Um dos acusados, José Geraldo ajoelhou-se em frente ao banco dos réus. "Estou aliviado e dever cumprido. Estava com a consciência tranquila", disse outro reu, Reinaldo Correia.

O juiz Maurício Breda pediu que  o ex-deputado Augusto Farias, seja denunciado por corrupção. O magistrado disse  que vai encaminhar ao Ministério Público uma gravação de dois delegados que, perante o Tribunal do Júri, acusaram Augusto de ter oferecido propina para que ele não fosse investigado.

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