Presídio Raimundo Nonato teve celas quebradas durante rebeliões.
De acordo com a direção, túnel foi cavado na madrugada de segunda.
O Batalhão de Choque da Polícia Militar invadiu o Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato Fernandes, na Zona Norte de Natal, após a descoberta de um túnel na unidade. A operação foi iniciada na tarde desta quarta-feira (18) e está recebendo apoio de helicópteros. A direção da unidade prisional informou que o túnel começou a ser cavado entre a madrugada de segunda-feira (16) e a manhã de terça-feira (17). Nos últimos oito dias, 14 das 33 unidades prisionais do estado e um centro de internação para menores infratores tiveram motins ou rebeliões. Às 16h desta quarta, segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), não havia nenhum motim em andamento no sistema prisional potiguar.Alvo de motins na semana passada, o presídio provisório teve as celas dos dois pavilhões quebradas pelos detentos. "Os presos estão todos soltos. Está um curral", explica o diretor da unidade, Eider Pereira de Brito. De acordo com Brito, 530 apenados estão encarcerados no presídio provisório, mas a unidade só tem capacidade para 170 presos.
O túnel foi descoberto em um banheiro do pavilhão 2 na madrugada da segunda. "O guariteiro viu uma movimentação estranha. Oito presos entraram no banheiro e não saíram mais", afirma Eider Brito. O diretor acrescenta que os detentos usaram areia para esconder o buraco. Sobre a invasão do BPChoque, a direção do Raimundo Nonato informou que não houve confronto entre PMs e presos. "Ninguém ficou ferido", conclui.
Onda de rebeliões
A onda de rebeliões que acontece no sistema penitenciário potiguar começou na última quarta-feira (11) e já atingiu 14 das 33 unidades prisionais do estado.
A onda de rebeliões que acontece no sistema penitenciário potiguar começou na última quarta-feira (11) e já atingiu 14 das 33 unidades prisionais do estado.
A crise no sistema prisional do estado levou à exoneração do secretário estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), Zaidem Heronildes da Silva Filho, e o governo decretou situação de calamidade no sistema prisional. Segundo o Ministério Público, a população carcerária no Rio Grande do Norte é de aproximadamente 7.650 pessoas, mas o Estado tem cerca de 4 mil vagas.
Na Zona Norte de Natal, quatro unidades registraram rebeliões: Centro de Detenção Provisória de Potengi, Complexo Prisional João Chaves, Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato e Centro de Detenção Provisória da Zona Norte (CDP).
Na Zona Norte de Natal, quatro unidades registraram rebeliões: Centro de Detenção Provisória de Potengi, Complexo Prisional João Chaves, Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato e Centro de Detenção Provisória da Zona Norte (CDP).
Também aconteceram revoltas no Centro de Detenção Provisória da Ribeira, na Zona Leste de Natal; na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta; no Presídio Estadual Rogério Coutinho Madruga, também em Nísia Floresta; e na Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP), em Parnamirim.
Além de unidades prisionais, a onda de rebeliões atingiu o Centro Educacional (Ceduc) de Caicó, na região Seridó. De acordo com a PM, 25 menores infratores mantiveram quatro educadores reféns na noite desta terça (17). A PM invadiu o local e libertou as vítimas na manhã desta quarta (18).
Visitas íntimas são suspensas
Em razão da crise, as visitas íntimas nas unidades prisionais do estado, benefício que é concedido sempre às quartas-feiras, estão suspensas. A decisão é da secretária da Segurança Pública e da Defesa Social, Kalina Leite, que acumula interinamente a Secretaria de Justiça e da Cidadania (Sejuc). “Não se trata de uma punição. É apenas uma questão de segurança até o controle ser totalmente retomado nas unidades em risco e onde houve depredação. As visitas sociais, nos fins de semana, devem acontecer normalmente”, afirmou.
Em razão da crise, as visitas íntimas nas unidades prisionais do estado, benefício que é concedido sempre às quartas-feiras, estão suspensas. A decisão é da secretária da Segurança Pública e da Defesa Social, Kalina Leite, que acumula interinamente a Secretaria de Justiça e da Cidadania (Sejuc). “Não se trata de uma punição. É apenas uma questão de segurança até o controle ser totalmente retomado nas unidades em risco e onde houve depredação. As visitas sociais, nos fins de semana, devem acontecer normalmente”, afirmou.
No interior foram registradas revoltas na Penitenciária Agrícola Mário Negócio, em Mossoró; na Cadeia Pública de Mossoró; no Centro de Detenção Provisória de São Paulo do Potengi, na região Agreste; na Penitenciária Estadual Desembargador Francisco Pereira da Nóbrega, o Pereirão, em Caicó; e nas cadeias públicas de Caraúbas e Nova Cruz.
Reinvidicações
Uma TV e um ventilador em cada uma das celas, roupas e tênis para jogar bola na quadra e material de artesanato estão entre as reivindicações dos detentos do presídio estadual Rogério Coutinho, em Nísia Floresta, na Grande Natal.
Reinvidicações
Uma TV e um ventilador em cada uma das celas, roupas e tênis para jogar bola na quadra e material de artesanato estão entre as reivindicações dos detentos do presídio estadual Rogério Coutinho, em Nísia Floresta, na Grande Natal.
Os pedidos dos presos, que fazem uma série de rebeliões desde a semana passada, estão em uma carta obtida com exclusividade pelo G1.
Além da carta, detentos gravaram vídeos em que fazem uma série de exigências, como a saída da diretora da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, Dinorá Simas (veja abaixo). Esta é a maior unidade prisional do estado e apontada como foco do início das rebeliões.
A situação levou à exoneração do secretário estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), Zaidem Heronildes da Silva Filho, e o governo decretou situação de calamidade no sistema prisional.
A Secretaria de Segurança Pública afirma que"não vai negociar com preso". Segundo o Ministério Público, a população carcerária no Rio Grande do Norte é de aproximadamente 7.650 pessoas, mas o Estado tem cerca de 4 mil vagas.
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